UMA VISÃO OUSADA: 20.000 ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS
Essa lacuna deixa milhões de pessoas, principalmente agricultores e comunidades rurais, vulneráveis a enchentes, secas e aos efeitos imprevisíveis das mudanças climáticas. Reconhecendo essa necessidade premente, em 2014, os professores John Selker, da Oregon State University, e Nick Van der Giesen, da Delft University of Technology, embarcaram em uma jornada ambiciosa para transformar a coleta de dados meteorológicos em toda a África. Eles co-fundaram o Observatório Hidrometeorológico Transafricano (TAHMO). Seu objetivo - instalar 20.000 estações meteorológicas em toda a África Subsaariana para fornecer dados em tempo real e com qualidade de pesquisa para comunidades, escolas e indústrias.
Dez anos depois, até onde eles chegaram?
UMA DÉCADA DE INOVAÇÃO E COLABORAÇÃO
Na última década, a TAHMO fez avanços significativos. Em parceria com a METER e muitos membros da comunidade africana, a TAHMO instalou 700 equipamentos duráveis, de nível de pesquisa ATMOS 41 e ATMOS 41W projetadas especificamente para suportar os climas rigorosos da África e serem facilmente instaladas em áreas remotas. Essas estações econômicas e de baixa manutenção têm sido fundamentais para ajudar a TAHMO a ampliar seu alcance.
Inicialmente destinado a ajudar os pesquisadores a acessar dados meteorológicos confiáveis e de código aberto, o alcance do TAHMO se expandiu para apoiar setores como agricultura, mineração, previsão/gerenciamento de enchentes e escolas em todo o continente. As escolas agora integram dados meteorológicos em seus currículos, permitindo que os alunos apliquem dados do mundo real às aulas de matemática e ciências.
LIBERANDO O POTENCIAL AGRÍCOLA GLOBAL DA ÁFRICA
Os serviços da TAHMO ajudam as comunidades locais a gerenciar os recursos hídricos e a tomar decisões agrícolas informadas, como gerenciamento de pragas e programação de irrigação. Seus dados meteorológicos precisos permitem que os agricultores obtenham seguro de safra quando seus rendimentos são afetados por eventos climáticos extremos. Isso poderia afetar positivamente os recursos alimentares globais, pois o continente africano contém 60% das terras cultiváveis não utilizadas em todo o mundo. E a TAHMO está explorando novos serviços, como o monitoramento da umidade do solo com os sensores TEROS 12 para ajudar os produtores a entender os balanços de água e sal do solo para tomar decisões de programação de fertilização baseadas em dados.
O CAMINHO A SEGUIR: 20.000 ESTAÇÕES E ALÉM
A tentativa de cobrir um vasto continente que se estende por 24 milhões de quilômetros3 (9 milhões de mi3) não foi uma tarefa fácil. Sem nenhum custo para os governos nacionais, muitos colaboradores em potencial ficaram desconfiados, pois a oferta - uma rede hidrometeorológica com financiamento privado e dados de código aberto - parecia boa demais para ser verdade. Algumas agências levaram até cinco anos para chegar a acordos de colocação de sensores. No entanto, apesar de os recursos limitados e os conflitos regionais terem, às vezes, retardado o progresso, a TAHMO continua a avançar em sua missão. Sua meta continua sendo instalar 20.000 estações meteorológicas, visando a um futuro mais sustentável e orientado por dados para a África.
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